A cota do Plano CV de 6.9099573868, em setembro, foi menor que a do mês anterior. A redução foi em decorrência da rentabilidade negativa de 3,48%, que foi afetada pela nova precificação do Fundo de Investimentos em Participação Multiner (FIP Multiner), que ocorreu em setembro.
A PriceWaterhouseCoopers (PWC), auditoria contratada pelo novo gestor do fundo, a Vinci Partners, apontou queda de aproximadamente 75% no valor da Multiner e da Mesa, empresas que integram a carteira deste FIP. Com isso, o patrimônio total do FIP passou de R$ 1,2 bilhão para R$ 298 milhões. A posição do Infraprev corresponde a 13% deste montante.
Embora, neste momento, a reserva de poupança dos participantes ativos do Infraprev tenha sido afetada pelos problemas decorrentes do FIP Multiner - provocando a redução da projeção do benefício no curto prazo -, com a melhora do cenário econômico, que vem ocorrendo gradativamente, a carteira de investimentos voltará a ter melhor desempenho e resultará na recomposição dos recursos financeiros no longo prazo.
Sobre a aplicação nesse fundo de investimentos, o Infraprev reitera que esta operação de maneira nenhuma inviabilizará o pagamento dos benefícios correntes e futuros com os participantes dos planos previdenciários.
A Vinci Partners vem desenvolvendo ações para preservar os interesses dos cotistas, buscando soluções que proporcionem equilíbrio ao investimento. O Infraprev, assim como os outros cotistas, está monitorando os desdobramentos do trabalho do novo gestor.
SOBRE O FIP MULTINER
Criado em 2008, o FIP Multiner tem por objetivo construir pequenas centrais hidrelétricas e parques eólicos. Possui hoje três usinas em operação, sendo duas eólicas (UEE Alegria I e II) e uma termelétrica (UTE Cristiano Rocha), localizadas nas regiões Nordeste e Norte, respectivamente.
Em 2009, época do investimento do Infraprev no FIP Multiner, os juros estavam em queda e, por isso, os fundos de pensão precisavam diversificar a carteira de aplicações para além dos investimentos em renda fixa, renda variável e empréstimos. E os indicadores econômicos eram bastante favoráveis aos investimentos em FIPs.
O FIP tinha o aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que atesta a legalidade da estrutura dos Fundos de Investimento. A análise técnica do Instituto demonstrou que os projetos do FIP Multiner apontavam uma expectativa de retorno superior à meta atuarial, o que se confirmou de junho de 2009 até dezembro de 2012, quando o FIP Multiner apresentou variação de rentabilidade de 67,8%, superando a meta atuarial do Infraprev de 48,4%, no mesmo período.
Outro fator que motivou a aplicação do Instituto nesse FIP foi o perfil do negócio, que incluía projetos de energia eólica. A aplicação estava alinhada aos critérios socioambientais de sua política de investimentos em 2008, em função do engajamento nas iniciativas aos Princípios para Investimento Responsável (PRI), da Organização das Nações Unidas (ONU), e ao Carbon Disclosure Project (CDP).
SOLIDEZ DO INFRAPREV
O Infraprev é um fundo de pensão com 13.905 participantes ativos e assistidos e que remunera mensalmente 3.230 benefícios entre aposentadoria, pensão e auxílio-doença.
Nos últimos meses, o cenário econômico vem impactando os resultados financeiros no curto prazo. Entretanto, a solidez do Infraprev está comprovada no longo prazo, com o equilíbrio do ativo (reservas financeiras) e do passivo (obrigações previdenciárias). Nos últimos 15 anos, o patrimônio cresceu em seis vezes, passando de R$ 453 milhões, em dezembro de 2002, para R$ 3.139 bilhões, em agosto de 2016. O resultado representa aumento de 739,97%, para uma meta atuarial de 518,90%. A rentabilidade nesse mesmo período foi de 612,46%, também superior à meta.
O Infraprev é reconhecido no mercado de previdência privada por sua competente gestão econômico-financeira dos recursos dos participantes. No ranking de patrimônio dos fundos de pensão da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) o Instituto passou da 53ª posição em 2003 para a 36ª posição em 2016, entre 255 entidades.
O Instituto tem um modelo de governança corporativa consolidado e segue rigoroso processo técnico de análise e decisão de investimentos, alinhado às normas e legislações do setor de previdência privada.
A gestão do Infraprev passou por uma profunda reestruturação nos últimos anos. A empresa reviu todo o processo decisório de investimento e, atualmente, possui dois comitês - Comitê de Gestão de Investimento e Comitê Gestor de Riscos -, que proporcionam maior transparência, eficiência e segurança para a tomada de decisão. Também foi estabelecida uma área para analisar e monitorar fundos de investimento em participações (FIPs).
Com a mudança do cenário econômico, desde abril de 2015 o Infraprev não está realizando aplicações em FIPs, que fazem parte do segmento de Investimentos Estruturados. A posição do Instituto em FIP é de aproximadamente R$ 274 milhões (dados de agosto/2016), equivalente a 8,85% dos Recursos Garantidores das Reservas Técnicas (RGRT). Bem abaixo do limite legal (resolução Bacen-CMN 3.792/2009), que é de 20% para este segmento.
O Infraprev investe em 14 fundos de participações e alguns já estão em período final, que é de fechamento do projeto para dar rentabilidade (veja a lista dos FIPs no portal Infraprev no item Investimentos). Até o momento, o Infraprev possui um fundo que completou o ciclo (fase de investimento - maturação do projeto - finalização - rentabilidade). O FIP BR Educacional foi encerrado e resultou em rentabilidade final de 25,7% ao ano (Taxa Interna de Retorno - TIR), retornando aos cotistas duas vezes o capital investido (rendimento líquido). Essa rentabilidade representou IPCA + 18,4% ao ano, bem acima da meta atuarial do Instituto.
SOBRE FUNDOS DE INVESTIMENTO EM PARTICIPAÇÕES - FIPS
Uma das características dos Fundos de Investimentos em Participações é que são constituídos sob a forma de condomínio fechado, ou seja, possuem um prazo determinado para término, durante o qual o investidor não pode resgatar seus recursos. Isto se justifica devido a característica principal de um FIP, cujo objetivo é atuar em projetos específicos durante o período inicial e depois vendê-los com ganhos no período final.
Na composição de um FIP existe a figura do administrador e do gestor. O administrador é o responsável pelo fundo e pelas informações, perante os cotistas e a CVM, devendo estar identificado no regulamento. A ele compete a realização de uma série de atividades gerenciais e operacionais relacionadas com os cotistas e os investimentos que compõem a carteira do fundo.
O gestor é responsável pela gestão profissional dos ativos financeiros integrantes da carteira do fundo, conforme estabelecido no seu regulamento. Dentre as suas principais atividades está a escolha dos ativos que irão compor a carteira. Essa função deve ser desempenhada por empresa credenciada como administrador de carteira de valores mobiliários pela CVM.
O Instituto diversifica sua carteira de investimentos visto que cada tipo de aplicação acompanha indexadores e setores da economia diferentes uns dos outros, o que minimiza riscos e gera com isso mais estabilidade aos seus rendimentos. Os Investimentos Estruturados são um dos segmentos da carteira do Infraprev. A diversificação é necessária, se enquadra dentro das boas práticas do mercado e segue critérios rígidos definidos pelas normas e as legislações do setor de previdência privada.